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Ativo individual – REVISTA 29 HORAS

CEO da STATO e um dos principais executivos de RH, Rubens Prata valoriza o “autodesenvolvimento”, peça-chave do sucesso profissional

Por CHANTAL BRISSAC

À frente da STATO, uma das maiores consultorias de “movimentação de talentos”, que trabalha com recrutamento de executivos, desenvolvimento organizacional e transição de carreira, Rubens Prata reflete sobre o contexto acelerado em que vivemos e que exige constante aprendizagem, flexibilidade e adaptação. Para ele, o investimento em educação e reciclagem são exigências competitivas no mercado de trabalho em qualquer situação. “Não necessariamente na transição de emprego, mas no planejamento da carreira”, ressalta.

Com mais de 30 anos de experiência profissional e atuação em empresas como Klabin, Grupo Estado e Ipsos, Rubens fala aqui sobre a importância de aprender, sempre. Ele mesmo é a prova disso. Fez MBAs em Recursos Humanos e em Finanças Empresariais pela FEA/USP, tem Master em Jornalismo pelo IESE/ Universidade de Navarra, especialização em Strategic Management of People pela Insead Business School (escola francesa conhecida por ter o melhor MBA do mundo) e Advanced Management Program pela Wharton Business School, da Universidade da Pensilvânia.

Por que o investimento em educação é tão importante para o profissional em momento de transição e como ele deve organizar e planejar este processo? Educação, reciclagem e desenvolvimento são exigências competitivas no mercado de trabalho em qualquer situação, e não necessariamente na transição de emprego, mas no planejamento da carreira. A crescente oferta de programas de treinamento e cursos de formação torna o autodesenvolvimento uma exigência constante. Profissionais que deixam de aprender e praticar o novo tornam-se obsoletos rapidamente. A diferença entre fazer isto no desempenho normal da carreira e quando “perdemos o emprego” é que a sirene toca em nossa cabeça nos lembrando daquilo que deixamos de fazer. Há uma importante diferença entre desenvolvimento e “autodesenvolvimento”. A maioria prefere entender que o desenvolvimento, durante a atividade profissional, pertence à empresa, quando na verdade o desenvolvimento pessoal, como o próprio nome diz, é um ativo individual: pertence à pessoa que estudou e vai com ela para onde ela for. Assim, ter foco em sua carreira e decidir pelo seu autodesenvolvimento não é uma tarefa exclusiva da empresa, mas sim daquele que determina o curso de sua carreira. Qual é o papel dos MBA’s e quais são os mais procurados hoje? Os MBA’s têm se tornado um complemento obrigatório a muitos cursos universitários de menor qualidade. Alguns têm se especializado em áreas como Recursos Humanos, Finanças, Marketing etc., e cumprem o papel dos antigos cursos de pós-graduação, que eram tratados como especializações. Assim, passamos a encontrar profissionais com dois ou três MBA’s – sendo que o MBA deveria ser um programa único –, com áreas de concentração diferentes. Estes programas que nasceram na tônica do conhecimento generalista para gestores voltam-se agora para a especialização em áreas, cobrindo também os temas gerais de gestão de empresas. É da natureza das carreiras que primeiro nos tornemos especialistas em alguma atividade para depois complementar os conhecimentos necessários a cada pilar. A priori, não deveria haver “cursos mais procurados”, pois complementar o perfil executivo exige conhecer todas as cadeiras e disciplinas. Entretanto, os programas que têm trazido em seus currículos o termo “digital”, “era digital” e todo tipo de “digitalês” estão em alta, como marketing digital, finanças na era digital, entre outros.

Na sua experiência como CEO da STATO, como você vê as exigências educacionais por parte das pessoas que contratam? A formação educacional nunca deixou e nunca deixará de ser fator de diferenciação. É a combinação do famoso C.H.A. – Conhecimentos, Habilidades e Atitudes – o conjunto a ser analisado. Mais atualmente a forma como você conduz sua carreira tem tido grande relevância. O autodesenvolvimento, a capacidade de escolher e investir pessoalmente na complementação da carreira são vistos como um grande valor de atitude. E há o poder de realização: as entregas de resultados somam-se à formação educacional e complementam os perfis que as organizações disputam em busca dos melhores talentos.

Qual é o seu conselho para o profissional que quer aprender bem o inglês? O conselho para quem quer – na verdade, precisa – aprender inglês é parar de arrumar desculpas e estudar. Hoje o acesso ao idioma é muito amplo, cursos virtuais de altíssimo nível, aulas tradicionais, acesso a filmes nos canais por assinatura, ou seja, tudo contribui para aprender o idioma do mundo dos negócios. Para algumas empresas isto já é considerado uma commodity: o profissional deve ter, tanto que os processos seletivos e entrevistas acontecem em inglês. Programas de intercâmbio só costumam ter valor quando a pessoa atinge um bom nível de aprendizado. Não funcionam como ponto de partida – exceto se for um projeto de longo prazo, combinado com outros cursos.

Muita gente investe em MBAs nos Estados Unidos com o objetivo de trabalhar lá. O que é preciso fazer para ter chances no mercado externo? Estudar MBA em escolas americanas, apesar de não ser garantia de uma carreira internacional, é um enorme passo na direção certa. Planejar uma carreira internacional exige uma série de atividades e ações prévias, e que começam cedo. Há um grande número de requisitos para seguir e que facilitam esta oportunidade. Recentemente, fiz uma palestra sobre “Como construir uma carreira internacional” na escola de negócios FIA. Nela, apresentei recomendações de como desenvolver uma carreira internacional – e cursar MBA em escolas americanas está entre as mais importantes. NOVOS ARES NO CANADÁ Engenheiro de produção formado pela Poli-USP, Luiz Otavio Zavalloni Proto, de 38 anos, participou do programa de outplacement da STATO após sua saída da multinacional Holcim. “Foi entre agosto de 2016 e abril de 2017, e se tratou de um processo muito rico, no qual se define um plano de ação. Nesse período eu identifiquei a necessidade de fazer um curso no exterior, já que havia cursado um mestrado, na Poli, há muito tempo, e decidi vivenciar essa experiência também na esfera pessoal”, conta Luiz. Foi com esse objetivo que ele, a esposa Tatiana e os dois filhos rumaram para o Canadá, onde viveram entre novembro de 2016 e janeiro de 2017. O curso escolhido foi o de Gestão de Negócios da Universidade de Toronto, a mais conceituada do país. “Além de aprender novos conceitos, fiz muitos contatos, algo que eu havia deixado de lado durante um tempo. O networking é básico em qualquer carreira”, constata. O processo foi essencial para que ele conquistasse, alguns meses depois, a vaga de gerente nacional de vendas na empresa Basf, na qual trabalha desde agosto de 2017. “A Basf estava no meu plano de ação, mas o contato veio por meio do networking feito nesse período. É muito importante investir em educação, novos aprendizados e relacionamentos profissionais. Recomendo para qualquer pessoa que esteja em fase de transição”, afirma Luiz.

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