Mais de um terço dos trabalhadores brasileiros tem algum distúrbio de sono – FOLHA DE S. PAULO
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Mais de um terço dos trabalhadores brasileiros tem algum distúrbio de sono – FOLHA DE S. PAULO


Em 26 de março, a Folha de S. Paulo publicou matéria com participação de Emerson Gouveia, Vice-presidente Comercial e de Negócios da STATO:

ANNA RANGEL DE SÃO PAULO

Uma pesquisa aponta que 38% dos trabalhadores brasileiros sofrem com algum distúrbio de sono, como insônia ou dificuldade para repousar profundamente.

Os dados são da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), que avaliou por meio de questionários mil profissionais de diferentes setores da economia em São Paulo e Porto Alegre.

A situação pode ser ainda mais grave entre pessoas que trabalham no período noturno, já que é difícil dormir bem durante o dia, por várias horas seguidas, em função do barulho externo.

A falta de sono, como todo mundo sabe, causa problemas como irritabilidade, dores de cabeça, baixa concentração e, em longo prazo, aumenta as chances de a pessoa desenvolver diabetes, síndromes metabólicas e doenças cardiovasculares.

O metroviário Renato Souza, 36, lança mão de máscaras, daquelas de avião, e de cortinas blecaute para conseguir repousar depois de trabalhar durante a madrugada, o que acontece pelo menos duas vezes por semana.

O metroviário Renato Souza, 36, em sua casa em São Paulo (SP)

O metroviário Renato Souza, 36, em sua casa em São Paulo (SP)


“Para piorar, tem uma igreja ao lado de casa, então também comprei um ar-condicionado para não precisar abrir a janela e ser acordado com o som deles, depois”, diz.

Essas estratégias são eficientes para garantir descanso ao corpo, segundo a neurologista Rosa Hasan, líder do laboratório de sono da USP (Universidade de São Paulo), mas nada disso adianta se o profissional não conseguir, em primeiro lugar, se desconectar totalmente.

“O sono deixou de ser prioridade nesta sociedade conectada, e a pessoa não dorme para ficar em redes sociais ou responder e-mails”, afirma Hasan.

A cuidadora de idosos Rosana Lima, 45, não abre mão de trabalhar no período da madrugada. Quando deixa o local, às sete da manhã, segue para a faculdade, onde faz um curso de radiologia.

“Sinto que rendo mais à noite, embora nem sempre consiga dormir e acabe cochilando até no ônibus, depois de sair da aula”, diz.

O horário dela impõe sacrifícios. Lima dorme cinco horas por noite e diz sentir dores e tontura quando não consegue descansar o suficiente.

Quem prefere trabalhar à noite, como Lima, deve avisar a empresa, já que a maioria delas não faz triagem para turnos considerando a vontade ou as características dos empregados.

“A escolha pode ajudar o profissional a ter uma alta de produtividade, vantajosa para a carreira”, diz a doutora em administração e professora da FGV Letícia Menegon.

Mas o período da noite pode ser desafiador para a ascensão profissional, já que a maioria dos chefes não está na empresa nesses horários.

“O profissional perde em visibilidade e em networking, já que fica escondido nesse turno”, explica Emerson Gouveia, vice-presidente de negócios da recrutadora Stato.

EXPEDIENTE

Quem trabalha em casa e não tem horário fixo também pode sofrer com a falta de descanso, sobretudo aqueles que trocam o dia pela noite.

A tradutora Ágata Souza, 28, exerce sua função em casa. No começo da carreira, produzia na madrugada e não conseguia dormir oito horas.

“Alternava duas ou três horas de trabalho com o mesmo tempo de sono, até perceber que estava exausta. Cometia erros e precisava anotar tudo, para não esquecer”, conta.

Quem tem essa rotina desregrada pode criar um banco de horas próprio, anotando o número de horas trabalhadas e de horas excedentes para equilibrar com o número necessário de horas de sono, aconselha Ana Cristina Limongi-França, especialista em qualidade de vida no trabalho e professora da FIA (Fundação Instituto de Administração) e da USP.

Também vale ser rigoroso com os horários, diz Álvaro Pentagna, neurologista do Hospital São Luiz. “Em casa, não há um fim de expediente claro como na empresa”, explica o médico.

E não adianta usar estimulantes para aguentar o dia. “Não dá para mascarar os sintomas de sobrecarga, uma hora o corpo pifa.”

*

43% dos profissionais entrevistados na pesquisa relatam dificuldades para pegar no sono

26% deles afirmam acordar várias vezes durante a noite

19% deles acordam sozinhos antes do despertador

12% dizem apresentar sono agitado, com pesadelos

Fonte: ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil)

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