4 conselhos de carreira que você deveria ignorar
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4 conselhos de carreira que você deveria ignorar

No futebol, na escolha do automóvel ou mesmo no mundo do trabalho, o que não faltam são conselhos de toda ordem. A cada dia, um novo guru surge no mercado de trabalho e remodela frases de impacto que apontam contrassenso à prática e à realidade do mundo dos negócios.


Esse comportamento impulsiona novos entrantes e os torna famosos, mas quem vai cuidar de explicar que as coisas não acontecem, necessariamente, nesta intensidade?

Todo profissional em início de carreira, por exemplo, já ouviu recomendações icônicas sobre como deveria se comportar em processos seletivos e na busca do sucesso dentro das empresas. O problema é que boa parte delas simplesmente não se aplica na prática, e, pior: pode ter efeito prejudicial.


Quero começar a trazer tais provocações entre realidade e fantasia, como oportunidade de reduzir os choques de realidade que muitas vezes atrasam o entendimento, o desenvolvimento, e, por consequência, desorientam os caminhos e escolhas tão importantes de carreira.

Neste conteúdo, produzido com base no texto de Tomas Chamorro-Premuzic – Chief Talent Scientist da Manpower Group, publicado no site HBR, alguns mitos do mercado de trabalho são derrubados em linha com o que, de fato, acontece nas organizações, e a partir de uma série de posts, traremos novas reflexões e debates.

Texto: Rubens Prata – CEO da STATO.

Confira as dicas publicadas no site HBR:

1 – “Seja você mesmo” Este conselho, um dos mais comuns e danosos para a carreira, tem origem na romantização das relações de trabalho. A verdade pode ser cortante, mas deve ser dita: tanto nas entrevistas de emprego quanto no dia a dia, as organizações não estão interessadas em conhecer a personalidade das pessoas sem filtros. Elas querem ter acesso à melhor versão dos profissionais para entender se há fit cultural entre o comportamento demonstrado e o que se espera. Por isso, o discurso apresentado na entrevista de emprego deve ser coerente, ensaiado e bem fundamentado. Cara a cara com o recrutador, espera-se que os candidatos (as) sigam a etiqueta social, demonstrem autocontrole e saibam jogar o jogo da apresentação pessoal.

2 – “Deixe as suas conquistas falarem por si” Como bem define o autor do texto, “o mundo seria um lugar melhor se as pessoas não precisassem perder tempo se autopromovendo, promovendo sua marca e administrando os efeitos desse processo”. Mas, essa não é a realidade. Pesquisas ao redor do mundo têm demonstrado o poder da geração de conexões, de boas impressões públicas e de histórias de sucesso para alavancar a carreira. Basta abrir o LinkedIn e rolar o Feed por alguns minutos para entender esse fenômeno vaidoso na prática.

3 – “Foque nas suas fortalezas” É compreensível que este conselho seja valorizado pelas pessoas. Afinal, em um mundo regido pela autopromoção, é mais fácil ver o copo mais cheio do que mais vazio. Quem está realmente disposto a reconhecer pontos fracos e buscar meios de fortalecê-los? Sabe-se que a evolução vem do autoconhecimento. O excesso de confiança, impulsionada pelos pontos fortes, impede o reconhecimento da vulnerabilidade e leva as pessoas a acreditarem em ilusões individuais que as afastam da realidade. Como diz o ditado, “é na dor que se aprende”.


4 – “Siga a sua paixão” Trabalhar com o que se gosta é uma forma eficiente de obter satisfação profissional. Mas, se a paixão não estiver alinhada com as demandas do mercado de trabalho, a satisfação pode se tornar decepção. Paixão, em geral, tem caráter emocional. Quando criança, queremos ser astronautas, cientistas, jogadores de futebol, modelos. Passada a fantasia, quantos de nós efetivamente seguiram seus sonhos?

É sempre mais confortável procurar oportunidades profissionais nos setores de interesse, mas essa estratégia pode limitar o espectro e afastar boas possibilidades de crescimento na carreira no futuro. No ambiente atual do “trabalho líquido”, com relações flexíveis e frágeis entre empresas e colaboradores, a mudança de carreira é comum e irá acontecer com a maioria das pessoas. Abrir-se a desafios para poder navegar em águas desconhecidas pode ser um grande diferencial competitivo.

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