Apontar os caminhos ou fazer perguntas abertas ao time? Apostar no certo ou assumir riscos? Ter planos consistentes ou roteiros facilmente adaptáveis? Esses são alguns dos dilemas que se apresentam aos líderes das organizações. Dois estilos diferentes de gestão que se complementam no atual ambiente dinâmico das empresas. Duas formas distintas de encarar desafios operacionais buscando o melhor de dois mundos: o estilo tradicional de liderança com novos conceitos colaborativos e arrojados.
Neste texto, construído a partir de um post do HBR, você confere alguns dos conflitos presentes no dia a dia de executivos que precisam lidar com mais de uma perspectiva para solucionar questões de natureza variadas.
Veja abaixo:
Especialista x Aprendiz Tradicionalmente, o caminho dos líderes nas organizações é pavimentado pelo alto nível de conhecimento em determinada área e pela capacidade comprovada de gerenciamento de equipes. Isso antes dos ambientes digitais. Com o avanço da tecnologia, houve um aumento exponencial de novas ferramentas e habilidades geralmente absorvidas primeiro por profissionais jovens. Neste novo cenário, líderes experientes percebem que seus conhecimentos se tornaram limitados em certos segmentos (em alguns casos até obsoletos) e enxergam a necessidade de aprender com os outros, especialmente os nativos digitais. Se esta tensão não for gerenciada com sabedoria, o resultado pode significar decisões ruins ou inadequadas.
Tradicional x Adaptável A abordagem mais comum de liderança valoriza pulso firme, opiniões consistentes e tomada de decisão rápida capaz de impactar positivamente o negócio. Mas, nos últimos anos, este padrão tem cedido espaço para a flexibilidade. Em ambientes de rápidas mudanças, muitas vezes as decisões precisam ser revisttas ou adaptadas com agilidade para reverter erros no começo do processo. Normalmente, elas são baseadas em informações geradas por análises de dados que podem determinar padrões de comportamento, consumo, faturamento, entre outras variáveis. Essa é uma tensão que se não for bem administrada, pode trazer inconsistência ou burocracia para as decisões.
Estrategista x Visionário Clareza operacional e planos bem definidos são a receita do sucesso? Não necessariamente. Em uma grande empresa, com estruturas complexas, o caminho bem planejado pode funcionar melhor do que em uma sturtup com modus operandi mais maleável. Assim, mesmo que os líderes tenham uma visão clara do destino, o roteiro pode mudar facilmente ao longo da jornada, dependendo dos desafios encontrados. O meio termo entre esses dois mundos é fundamental para que os líderes não pareçam confusos e despreparados ou então irrealistas e intangíveis.
Falante x Ouvinte “Siga o líder”. Os guias tradicionais de gestão recomendam que o responsável pela área diga a todos o que fazer e como chegar ao objetivo estipulado. Porém, a abordagem recente de liderança traz contornos colaborativos à questão e abre espaço para a influência de opiniões de outras pessoas. Novamente uma tensão que precisa ser gerenciada de forma adequada. Isso porque tomar decisões sem considerar outras visões tende a empobrecer o resultado final; por outro lado, prescindir do ponto de vista de um líder é desperdiçar um conhecimento valioso.
Perfeccionista x Prático Entregar o produto em condições perfeitas ou em estado suficiente para ir “ao ar”? Este é um dilema que coloca em xeque escolas diferentes de gestão. Enquanto a tradicional valoriza o produto já acabado, a flexível permite a possibilidade de fazer rapidamente e corrigir os erros a tempo, se necessário. O importante é “beber na fonte” das duas teses: o líder perfeccionista corre o risco de perder o timing do mercado ao esperar o momento ideal para lançar um produto; entretanto, lançá-lo sem os devidos testes e a garantia de funcionamento mínimo pode trazer resultados constrangedores à organização e problemas de imagem.
O que fazer diante destes conflitos? A conclusão deste texto é que os líderes melhoram sua capacidade de gestão não apenas sendo bom em um ou outro estilo de liderança, mas nos dois. O que vai determinar como agir é o contexto da situação. Para isso, é importante ter e desenvolver qualidades essenciais a qualquer profissional cuja missão é tomar decisões que impactam consideravelmente o rumo de uma empresa:
Autoconsciência para entender qual é o seu comportamento padrão, sua tendência de resposta e refletir a partir deste ponto de acordo com o estilo de gestão necessário.
A capacidade de aprender, adaptar-se e praticar visando um portifólio amplo de comportamentos para endereçar ocasiões diferentes que exijam mais versatilidade.
Consciência contextual para compreender que não basta aprender novas habilidades de liderança. É preciso saber quando ser um líder mais tradicional, com pulso firme e orientações concretas, e também a hora certa de ser empático e ouvir as “dores” alheias antes de tomar decisões. Seja qual for a demanda, buscar apoio especializado em treinamentos de inteligência emocional e demais programas de orientação é recomendado.
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