No mundo empresarial, a falta de inovação é um convite ao fracasso. Quando novas ideias param de surgir, a apatia se instala e abre caminhos para a mediocridade. Como evitar esse estado de espírito negativo para o negócio?
Timothy Clark, fundador e CEO da consultoria LeaderFactor, conduziu um amplo estudo acerca do tema e identificou um componente comum entre organizações falidas: a falta de “bravura intelectual”. Leia mais aqui.
Para ele, bravura intelectual significa ter a disposição para discordar e desafiar o status quo em um ambiente que pode gerar riscos. Quando as empresas perdem essa capacidade, “desenvolvem padrões de cegueira, e a burocracia enterra a ousadia”, diz ele.
A responsabilidade de estabelecer bravura intelectual nas organizações é da liderança, que deve determinar o tom e definir as normas que serão prevalecentes. Inovar é uma dessas demandas.
De acordo com Timothy Clark, a reação dos gestores à vulnerabilidade dos colaboradores é um ponto central do tema. Segundo as pesquisas conduzidas por ele, lideranças que recompensam a vulnerabilidade colhem melhores resultados do que aquelas que a punem.
No caso punitivo, o gestor reage negativamente às contribuições do time, o que gera frustração e limita a capacidade inovadora de profissionais talentosos. Quando a repressão vem em público, em uma reunião geral, por exemplo, o efeito é paralisante e motiva sensação de autocensura.
Já no caso da recompensa à vulnerabilidade, a equipe trabalha com mais liberdade para exposição de ideias, discordâncias e compartilhamento de erros ao longo do processo. Sem medo de retaliação, os profissionais atuam com mais segurança psicológica e tendem a operar com mais criatividade.
Como esse último cenário se materializa? A partir da criação de um ambiente confortável e protetor que vise a comunicação entre os colaboradores. Uma cultura de diálogo que permita questionamentos, sugestões e intervenções.
Dicas práticas:
Tire o dedo do botão do medo Líderes, por sua própria condição hierárquica, podem causar medo nos colaboradores mesmo sem perceber. E há muitas formas de ele se manifestar: pode ser ao cortar a fala de alguém, revirar os olhos em uma conversa ou simplesmente ignorar o colaborador durante a reunião. É importante prestar atenção aos sinais que são emitidos.
Encoraje as pessoas a refletir além de seus cargos Convidar as pessoas a se aventurar além de suas entregas habituais gera mais oportunidades de pensamentos divergentes e abre espaço para novas conexões, o que é saudável. Para isso, é preciso gerenciar o processo de brainstorm e saber discernir quando a discussão é construtiva.
Quando você recusar um feedback, explique por que Encorajar as pessoas a contribuírem com opiniões significa lidar com ideias muitas vezes divergentes. Cabe ao líder ouvir atentamente as ideias da equipe e, em caso de recusa, explicar, de forma atenciosa, o porquê não concorda em seguir na direção proposta. Isso fará com que mais sugestões virão no futuro.
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