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Eliminar empregos, sim. Eliminar pessoas, não. A lição da Amazon é inspiradora

A tecnologia é ágil, eficiente e pode ter custo baixo em muitos casos. Avaliando as vantagens que ela oferece no dia-a-dia de uma empresa, dá para entender a ânsia dos executivos em automatizar 100% da operação. Embora seja tentadora, essa ideia não funciona bem na prática. E a conclusão vem da Amazon, uma das maiores empresas do mundo, que empregava quase 800 mil pessoas em 2019.


O relato que compartilhamos neste texto é resultado da pesquisa feita por Alex Kantrowitz sobre o processo de automação da Amazon. O conteúdo foi publicado originalmente no site HBR.


Ao longo dos últimos 8 anos, a Amazon vem aprimorando seu programa de automação chamado “Tirar as mãos do volante”. Os aprendizados da empresa indicam que a inteligência artificial é produtiva para otimizar tarefas repetitivas, mas também demonstram a importância do Capital Humano. Mesmo com o avanço da tecnologia, os funcionários foram mantidos na folha de pagamento. Por quê? Porque, se realocados em outras funções, eles podem ajudar a crescer ainda mais o negócio.


A escolha da Amazon foi pela eliminação de empregos, não de pessoas. O esforço que a empresa fez para automatizar tarefas resultou na criação de um programa eficiente para gerenciamento de estoques. Com isso, profissionais dedicados a essa função perderam o ofício para o qual haviam sido treinados, mas ganharam outro. Em vez de determinar quais produtos deveriam ir para o estoque, seus preços e quantidades, eles passaram a ocupar cargos com potencial inventivo.


Ao utilizar a tecnologia e dados de mais de 20 anos de experiência no mercado logístico, a Amazon direcionou profissionais da área de estoque para os cargos de gerentes de produto e de programa, incumbidos a desenvolver novas soluções que permitam expandir a organização. “Quando soubemos que o pedido seria automatizado por algoritmos, por um lado, é como ‘OK, o que está acontecendo com meu trabalho?’, disse a ex-funcionária Elaine Kwon. “Por outro lado, você também não está surpresa. Você fica tipo, ‘OK, como negócio, isso faz sentido’.


A revisão da força de trabalho da Amazon conferiu vantagem competitiva à empresa na exploração de mais mercados. Naturalmente o corte de cargos gerou desconforto entre os colaboradores, mas se mostrou vantajoso estrategicamente. Se a empresa tivesse demitido profissionais, poderia ter aumentado o lucro de seu negócio principal (e-commerce), mas provavelmente teria perdido o timing de apostar em novos nichos de atuação.


Um bom exemplo disso na prática é a concepção do Amazon Go, supermercado automatizado que dispensa o uso de caixas eletrônicos, e que teve a participação de Dilip Kumar. Antes de assumir esse desafio, ele atuava como executivo responsável pelas áreas de vendas e promoções. Tão logo a tecnologia evoluiu e automatizou as tarefas que ficam sob sua responsabilidade, ele foi incentivado a migrar competências para o novo serviço apontado como o futuro das compras físicas.


O caso da Amazon deixa claro: pense bem antes de promover a automatização na sua empresa. A redução de custos pode ser um alívio no curto prazo, mas também pode minar oportunidades valiosas no longo prazo.

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